Equilíbrio financeiro é essencial para militares que encerram a carreira ativa

Ao encerrar a carreira ativa e passar para a Reserva Remunerada, o militar entra em uma nova etapa da vida que exige mais do que preparo emocional e adaptação à nova rotina: é preciso organização financeira e consciência orçamentária. Apesar de manter uma remuneração estável, muitos enfrentam desafios ao adaptar seus gastos à nova realidade, o que torna o planejamento financeiro uma ferramenta indispensável para garantir qualidade de vida e segurança no longo prazo.

Segundo dados compilados por estudos sobre a transição para a reserva em carreiras públicas, militares tendem a manter o mesmo padrão de consumo que tinham na ativa, muitas vezes sem considerar mudanças no valor de benefícios, gratificações ou aumento de despesas com saúde e família.

Essa postura pode gerar desequilíbrios no orçamento doméstico e até o endividamento, especialmente nos primeiros anos após a transferência para a inatividade. O ideal, apontam especialistas em finanças pessoais, é que o militar comece o planejamento com antecedência, preferencialmente ainda durante a carreira ativa, criando uma reserva de emergência e ajustando seus gastos progressivamente.

Nesse cenário, a CBMEES tem sido uma aliada importante. A autarquia oferece assistência financeira aos seus contribuintes. A modalidade de empréstimo concedida pela Caixa Beneficente é voltada para desconto em folha de pagamento, respeitando o limite da margem consignável e o valor máximo equivalente a 22,5 soldos do posto ou graduação, inclusive para os que recebem na forma de subsídio, com parcelamento em até 96 vezes, conforme regulamento próprio e as resoluções do Conselho Diretor Financeiro (CDF).

A assistência é concedida pela tabela price, com correção de 1,1% ao mês. Além disso, os contribuintes têm a possibilidade de quitar o valor antecipadamente, com exclusão dos juros mensais das parcelas a vencer. Porém, existem critérios que limitam o acesso ao benefício: militares respondendo a PAD-RO, CD ou Conselho de Justificação, ou que estejam em situação de Má Conduta Militar, não estão aptos a contratar a assistência.

Para muitos, a ajuda oferecida pela Caixa é decisiva para o reequilíbrio do orçamento ou mesmo para o início de novos projetos pessoais, como empreendimentos, cursos de capacitação ou reformas residenciais. Mas o alerta dos especialistas permanece: o recurso deve ser usado com responsabilidade e dentro de um plano que envolva organização, metas claras e acompanhamento das finanças.